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21/11/2015

A Prisioneira de Teerão - Review


Li-o pela primeira vez com cerca de 11 anos. Era da minha mãe, mas ela nunca mais o lia, e ele ficava para ali abandonado numa das prateleiras da estante da sala a olhar para mim, como se dissesse “Lê-me, por favor!” E li-o, às escondidas da minha mãe, pois lembro-me de lho ter pedido emprestado uma vez e ela ter dito que não, que o livro não era para a minha idade.

Foi o meu primeiro livro de romance a sério. Quer dizer, eu já lia aquelas coleções da Ana Maria Magalhães e da Isabel Alçada, quer a coleção Uma Aventura, quer a coleção Viagens No Tempo, entre outras coisas que ia encontrando na biblioteca da escola. Mas esses eram para crianças, pensava eu. Se me perguntarem qual foi o livro que marcou a minha infância, direi sem sombra de dúvidas que foi este. Até hoje, já o li umas 5/6 vezes, e encontro sempre algo novo nele.

Sinopse: “Lê-se como um romance, mas a vida de Marina Nemat não se parece mesmo nada com um romance: 1982 foi um ano negro para o Irão. A guerra com o Iraque acendia-se e o novo regime de ayatola (espécie de rei, expoente máximo da hierarquia islâmica, dentro da crença xiita) Khomeini já rivalizava com a do Xá (título de realeza) em brutalidade. Eram perseguidos todos aqueles que se opunham á mão de ferro da revolução islâmica fundamentalista. Marina, que pertencia a uma família católica, tinha apenas dezasseis anos quando, na escola, reclamou que tivessem substituído a aula de Matemática pela leitura do Corão e criticou o governo no Jornal escolar.

Foi arrancada à família, presa, torturada e condenada á morte por traição, mas um dos seus carcereiros apaixonou-se por ela e conseguiu que a pena fosse comutada em prisão perpétua. Esse gesto porém, tinha um preço…

Poéticas, apaixonantes e recheadas de graça, estas memórias de Marina Nemat são ímpares. A busca da sua redenção emocional envolve os seus carcereiros, o seu marido e a sua família – e a todos ela oferece o maior dom de todos: o perdão.”

Acho que a sinopse explica muito bem do que se trata o livro, portanto vou dizer mais algumas coisinhas e depois finalizar com a minha opinião.

A história é relatada na primeira pessoa, ou seja pela Marina, uma jovem russa que foge da revolução com a família para o Teerão. Pouca sorte, pois pouco tempo depois, o Teerão também sofre uma revolução. Marina é uma rapariga inteligente e não se deixa acomodar, questiona sempre tudo. Ao protestar contra a professora por ter substituído a aula de Matemática por aulas de leitura do Corão, é considerada uma ameaça à sociedade islâmica, e denunciada pela própria professora, acaba por ser levada para Evin, uma prisão política. O resto vocês podem entender através da sinopse.

A narração cronológica dos acontecimentos não segue a ordem em que estas aconteceram, ou seja Marina alterna passagens da sua vida como prisioneira política em Evin, com a sua vida antes desse pesadelo, ou seja a infância e adolescência (por capítulos). Há quem não tenha gostado desse aspeto, pois pode ser um pouco confuso acompanhar. Quando eu li o livro pela primeira vez também não entendi nada no início. Mas aprendi a gostar, e acho que o resultado final até ficou bem conseguido.

É um relato triste e muito duro de apenas mais uma vítima, e cuja essência da história ainda é bem atual. As barbaridades que o homem fez e continua a fazer em nome da religião, são revoltantes e assustadoras. Mas bem, este é um livro que eu recomendo, sem dúvida, a toda a gente!


Já conheciam este livro? Ficaram com vontade de o ler? xx

11 comentários :

  1. Nunca li esse livro, mas pelo número de vezes que já o leste deve ser mesmo bom.
    Numa altura em que a cultura muçulmana volta a estar no centro de discussões, isto devido aos atentados em Paris, o livro chega num momento pertinente. Não sei se alguma vez o lerei, até porque tenho outros na minha lista de prioridades, mas acho que é uma história sobre a qual vale a pena nos debruçarmos. Um beijo

    P.S - Convido-te a conhecer o meu blog

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    1. Sem dúvida Helena! Obrigada pela visita, beijinhos :)

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  2. Achei interesante,gosto de leitura, já devorei muitos livros na leitura( riso) este não sei se terei a chance de ler, gostaria muito fiquei curiosa. bjos
    http://efeitoagulha.blogspot.com.br/

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    1. Somos duas Eronilda, eu também devoro livros, ahah!

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  3. Não conhecia mas fiquei com muita vontade de ler.
    Beijinho.
    http://wherebelong.blogspot.pt/

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  4. Olá Sandrinha!
    Não imaginas a vontade com que fiquei de ler o livro depois desta tua publicação. É que, além da própria sinopse já deixar aquele gostinho pela sua leitura, tu ainda consegues, através da tua opinião, quase que convencer as pessoas a lê-lo e isso é muito bonito! Nota-se que leste com cabeça! Não sei se me faço entender... :/
    Com sorte, é o próximo a ser lido! 😁
    Beijinhos grandes e muitas felicidades! ❤

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  5. Olá Sandrinha!
    Não imaginas a vontade com que fiquei de ler o livro depois desta tua publicação. É que, além da própria sinopse já deixar aquele gostinho pela sua leitura, tu ainda consegues, através da tua opinião, quase que convencer as pessoas a lê-lo e isso é muito bonito! Nota-se que leste com cabeça! Não sei se me faço entender... :/
    Com sorte, é o próximo a ser lido! 😁
    Beijinhos grandes e muitas felicidades! ❤

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  6. Obrigada Kika! Espero que gostes tanto do livro como eu gostei, caso o leias. Beijo enorme <3

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  7. Fiquei com vontade de ler, despertou meu desejo.
    Adorei seu post, seu blog e o nome dele. Já estou seguindo, linda.
    Um beijo!
    http://www.oxentecoisinha.com

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